Políticas públicas para redução da fome: veja como está a conjuntura em cidades da RMR

Quem circula pelas ruas das cidades vê um cenário de pessoas pedindo ajuda nas ruas.

Texto: Alice Albuquerque

Imagens: Júlio Gomes

A importância da representatividade nos cargos políticos se dá, sobretudo, pela criação de políticas públicas. Com um alto índice de pessoas em situação de rua e passando fome no País e em Pernambuco, principalmente no período e no pós-pandemia da Covid-19, as cidades se viram com a necessidade de implementar políticas públicas para redução da fome.

A reportagem do LeiaJá entrou em contato com três municípios da Região Metropolitana do Recife para saber como está a implementação de políticas públicas voltadas para a redução da fome nestas grandes cidades. Quem circula pelas ruas das cidades vê um cenário de pessoas pedindo ajuda em semáforos, por exemplo, e implorando uma vida digna.


De acordo com a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE), no período de 2020 a 2021, crianças menores de 5 anos tiveram o estado nutricional avaliado na atenção básica em, respectivamente, 236.671 e 281.701 mil crianças com peso baixo ou muito baixo peso. Com isto, Pernambuco apresentou a média de 2,27% crianças de muito baixo peso e 2,86% de crianças de baixo peso. As políticas públicas apresentadas para a redução da desnutrição infantil no Estado, no entanto, são todas do governo federal.

Cenário no Recife

Já no Recife, a prefeitura comunicou ter realizado ações voltadas para a população em vulnerabilidade no início da pandemia da Covid-19 com o intuito de minimizar as consequências da desigualdade social na capital.


“Em 2021, por exemplo, foi lançado o Programa Recife Acolhe, um projeto de proteção social que prevê diversas ações conjuntas das secretarias municipais e empresas para garantir moradia, segurança alimentar, empregabilidade, ampliação dos serviços, doações e ações institucionais. A
lgo novo e moderno sem referências consolidadas no país. Dentro do contexto pandêmico, também foram intensificadas as ações de entrega de marmitas tanto no Restaurante Popular Josué de Castro, quanto de forma descentralizada nos territórios. Os restaurantes populares são o principal equipamento municipal que atua para combater a insegurança alimentar das pessoas em vulnerabilidade. Por dia, os dois restaurantes ofertam 1.700 refeições”, detalhou a Secretaria de Saúde da cidade.

Indo para um contexto nacional, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2019, Recife é a 9ª maior cidade do Brasil e possui a 7ª região metropolitana do País, reunindo mais de quatro milhões de habitantes. A capital lidera o Nordeste no recorte do Produto Interno Bruto (PIB) per capita, com R$ 33.232,26 por habitante, segundo dados do IBGE.


Na gestão de emprego, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Recife foi a 15ª cidade dentre as 50 que mais geraram postos de trabalho em 2022 e, dentre as capitais nordestinas, é a cidade que registra o melhor número de empregos ativos em relação à população e o quarto melhor saldo per capita. Em 2021, foram contabilizadas mais de 28 mil admissões de saldo.

Homem erguendo uma placa pedindo ajuda para alimentar sua família e oportunidade de emprego.

Outras cidades da RMR

Já em Olinda, a prefeitura contabilizou que há 300 pessoas vivendo em situação de rua na cidade. A gestão disse atuar na distribuição de cestas básicas para as famílias cadastradas nos Centros de Referência em Assistência Social (CRAs), além de uma parceria com o governo do Estado no Programa Leite Para Todos, para tentar minimizar a fome da população carente.


Em Jaboatão dos Guararapes, a gestão disse, em nota, que atua no enfrentamento à fome com o funcionamento das unidades dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e dos Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). Além disso, o município também conta com um Centro Pop que atua no combate à fome.


“O serviço é ofertado para pessoas que utilizam as ruas como espaço de moradia e/ou sobrevivência e tem a finalidade de assegurar atendimento e atividades direcionadas para o desenvolvimento de sociabilidades, na perspectiva de fortalecimento de vínculos interpessoais e/ou familiares que oportunizem a construção de novos projetos de vida”, informou a Secretaria de Saúde ao LeiaJá.


De acordo com eles, as pessoas que vivem em situação de rua têm acesso à alimentação, lazer, higiene pessoal, assistência nutricional e diversas especialidades médicas, além de o local ter atendido, no mês de junho, 241 moradores de rua.


Na atuação durante a pandemia da Covid-19, a gestão disse ter realizado políticas de caráter emergencial, como o fornecimento de Cestas Básicas de Alimentos, o Kit Alimentação, às famílias em situação de vulnerabilidade social residentes no município.

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